quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Espera

 

Eu vivo do impossível

Pensando em você toda noite

Você é meu sonho mais secreto

Eu guardei meu coração para você

E ele ficará guardado

Até que venha busca-lo

Não me diga que é impossível

Porque vejo em seus olhos

Que também sonha comigo

Eu quero mais que um instante

Quero a eternidade

Quero ficar sem fôlego

Quero mergulhar de cabeça

Não me diga que é impossível

Porque guardei meu coração para você

E ele ficará guardado

Até que você venha busca-lo

Eu e a Poesia

Eu me afastei da poesia.
 Porque me disseram que todo poeta é triste. 
 E eu queria ser feliz. 
 Não me contaram que felicidade independe da poesia. 
 Eu voltei para a poesia, mas ela não voltou para mim. 
Acho que foi sempre ela meu verdadeiro amor. 
Acho que por ela me apaixonei nos primeiros anos. 
 Quando li em Vinicius sobre o amor. 
 Ou quando li em Camões sobre a dor. 
 Talvez tenha sido nos olhos da Capitu. 
 Ou na pedra de Drummond. 
 Não sei precisar se na simplicidade de Coralina. 
 Ou na lua da Cecília. 
 Acho que foi nas estrelas de Bilac. 
 Ah não, nunca poderei dizer com certeza! 
 Sei que foi amor à primeira vista. 
 Como aqueles que aceleram o coração e inquietam a alma. 
 Hoje é só amor platônico. 
 Aqueles que a gente olha de longe com receio de ser rejeitado.
 Com medo de dizer algo errado.
 Um amor tímido. 
 Quase sem fôlego. Mas tão forte e tão vivo. 
 Que pulsa e vibra e chora.
 Alexandra Alves de Oliveira.

Sobre Amar

Eu fiquei sozinha na chuva
 Vendo a vida passar devagar 
Por um instante eu vislumbrei a eternidade 
Seus olhos me encontraram 
Nele vi tantas promessas 
Mas o tempo de promessas se foi 
A vida seguiu
 O coração guardou para sempre aqueles olhos 
Em ti encontrei a poesia 
E perdi o rumo de mim mesma
 Foi em você que percebi a solidão 
Nas noites que sozinha pensava em ti
 Eu poderia acusar a vida de crueldade 
 Porque me mostrou você 
E me tirou o chão 
Mas o que é pior? Viver enganado Ou sabendo-se perdido? 
Penso que talvez seja saber que o amor existe 
Mas nunca foi para você!

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Um conto urbano

Ela passou devagar no sinaleiro observando o movimento constante dos carros, como se quisesse absorver para si toda aquela energia em movimento.
Era uma quarta-feira e tudo o que importava era que ela não havia conseguido dormir, o barulho do trem da estação, pessoas gritando, o cheiro de café da lanchonete ao lado, o movimento insistente de uma metrópole que não dorme.
Então num segundo de distração ela fechou os olhos.
Num instante tudo mudou o aroma agora era de terra molhada, e o barulho, ah não havia barulho, apenas o doce canto da cotovia ao longe, como se anunciasse boas novas.
Naquele instante não pode entender, onde estava?
Viu a sua frente algo muito verde, muito colorido, seria um campo de flores? Ela caminhou sem destino a procura de uma resposta, de alguém para perguntar onde estava.
E quanto mais andava mais se esquecia de onde viera encantada com a beleza e o perfume das flores, uma alegria sem fim tomou conta do seu coração e o andar se transformou em uma vontade louca de correr, o passo apressado se transformou numa corrida sem destino, sem procura, apenas sentindo o vento e a alegria de uma liberdade nova e prazerosa como nunca havia sentido.
Parou por um instante como se percebesse uma presença, alguém, a observá-la, muito próximo, e por mais que procurasse não via ninguém, somente o campo de flores e uma presença que a envolvia como uma doce aragem de vento.
Por um instante não quis compreender, não quis entender, apenas sentir.
Ao longe via uma sombra que a chamava, como se quisesse dizer algo, como se quisesse alcançá-la, mas ela não podia entender, apenas estava em paz, longe de tudo que a afligia, de tudo que a fazia tão infeliz. Insistentemente um rosto parecia chama-la, mas ela não conhecia aquele rosto, nunca o tinha visto antes, mas ele a chamava pelo nome, de aonde a conhecia?
Então esquecia tudo e só lembrava-se da paz que sentia ali e de não querer mais nada, não precisar de mais nada.
Lembrava vagamente, como em um sonho distante dos últimos dias, o fim do namoro de 7 anos, o emprego que odiava, mas que pagava suas contas, o apartamento que tinha vizinhos irritantes e barulhentos, a morte do seu pai. O violão que amava. A vida toda errada que construíra baseada em escolhas covardes.
Agora sabia, eram escolhas covardes, o caminha mais seguro sempre, o mais racional sempre.
Mas seu coração gritava de ódio de toda essa racionalidade.
Amava música, poesia e amava a paz que sentia agora.
Na aragem do campo florido, sentiu uma canção, ouvia como e alguém cantasse pra ela dormir, uma canção que falava de amor, mas falava principalmente de encontro, de paz e de vida. Ela fechou os olhos e permitiu que sua alma viajasse ao som daquela música que pedia pra ela esquecer, tudo ficaria para trás e então ela renasceria e poderia começar de novo, uma nova chance.
De olhos fechados adormeceu e se perdeu do tempo e se perdeu do campo.
Quando abriu os olhos, não pode entender, onde estava o campo, as flores, a música.
Agora era tudo branco e sem vida, um monte de aparelhos saia dela e sentia dor, uma dor aguda, um vazio de tudo e de todos, uma solidão sem nome.
De repente várias pessoas entraram em seu quarto e falavam coisas que ela não podia entender, um alvoroço se armou a sua volta, pensou então que tinha voltado dos mortos.
Porque estaria ali? Não se lembrava de nada, apenas do campo e da paz.
Segundos depois um rosto entrou em seu quarto e no meio do alvoroço, somente aquele rosto importava. Um homem desconhecido vestia branco e sorria. E quando ele perguntou como ela se sentia, ela compreendeu.
Sua canção havia voltado.

Alexandra A. Oliveira.



sexta-feira, 17 de abril de 2015

Tessituras

A tristeza é algo curioso, ela pode chegar de repente e te fazer sentir nuvem, uma nuvem pesada, que caminha lentamente quase se arrastando pelo dia, com uma sombra nos olhos e no coração.
Ou ela pode vir devagarzinho, como quem não quer nada, vai te fazendo enxergar as durezas da vida, mais do que as alegrias, te faz perceber todas as coisas das quais abriu mão, em nome de algo que não está a seu alcance mudar. Mesmo que essas coisas te firam, mesmo que estejam na contra da mão de tudo o que você acredita. Ela te faz enxergar o pior de tudo.
Mata seu idealismo, suas convicções, te faz duvidar das pessoas e das intenções, mas acima de tudo te faz sozinho.
Uma pessoa triste dificilmente estará rodeada de amigos, dificilmente quererá estar rodeada de amigos.
A introspecção, a clausura e o medo serão seus companheiros de viagem.
Parece dramático, não é mesmo?
Mas quem nunca sentiu dentro de si o drama de uma tristeza aguda que corrói e transforma tudo em sombras?
Mesmo que por um dia, mesmo que por algumas horas.
A tristeza meu amigo é a reflexão forçada, é o dia nublado em seus olhos, é o coração sangrando por algo ou por alguém.
Não importa qual tristeza te atinja agora, no instante em que Lê isto, ela será sempre a mesma, mais ou menos intensa.
E todos passarão por ela um dia, porque é assim que aprendemos a volorizar o que amamos, o que nos faz feliz.
Hoje me sinto triste, por tantas coisas, mas especialmente porque sinto que não encontrei meu lugar no mundo,porque tenho andado as cegas.
Sinto que não sou eu mesma, que tudo que tenho feito são repetições de valores, de vozes de outras pessoas.
Hoje me pergunto mais do qualquer outro momento da minha vida, onde está o meu eu. Onde foi que o perdi.
Olho pro horizonte e mesmo ao longe, não consigo mais avistá-lo.
Queria só hoje, ter um motivo pra acreditar.
Acreditar que tudo pode ser diferente.

Alexandra Alves de Oliveira

sexta-feira, 20 de março de 2015

Pensamentos.

Em alguns momento de nossa vida, Deus põe a prova toda a formação que nossos pais nos deram.
Você começa a pôr em xeque tudo o que aprendeu sobre respeito ao próximo e dignidade humana.
Um bom profissional, segundo o mercado hoje é pró ativo e inteligente, e a grande novidade é o que os psicólogos chamam de inteligência emocional.
Ai você me pergunta, como podemos ser pró ativos e inteligentes emocionalmente quando todos os dias se põe a prova nossos valores e esperanças?
Bem vindo ao mundo da Educação, você estuda, se prepara, acredita no ser humano,investe seu tempo e suas energias para lidar com pessoas.
Então você descobre que uma grande parcela dessas pessoas, são desrespeitosas, ignorantes e não sabem nada sobre valores humanos.
Bom, meu amigo, nossa missão é maior e mais árdua do que imaginmos, é preciso mais que ser pró ativo e inteligente emocionalmente, é preciso ser dotado de um dom incontestável para amar.
Amar até aqueles que se recusam a ver que você só quer o bem, que tirá-los do escuro é seu único objetivo.
É somente esse dom de amar, que nos faz acreditar que ainda há uma solução, quando tudo a sua volta, mostra que não há.Quando tudo que você tenta fracassa. Quando todos os recursos que você possui se esgotam e você não tem apoio de ninguém, nem do governo, nem da sociedade, nem das familias.
Você se descobre sozinho, se perguntado qual o melhor caminho.
E se questiona se fez a escolha certa, você poderia ter sido qualquer coisa, mas o caminho está traçado e você não é do tipo que desiste. Então um dia alguém olha pra você e diz o quanto você mudou a sua vida, o quanto você mostrou a direção certa, que foi por sua causa que essa pessoa venceu, que ela aprendeu o que sabe com você.
Foi apenas uma pessoa em meio a tantas que passaram pela sua vida e te feriram. E por causa desta única pessoa, você esquece todo o resto e se lembra que um dia nos bancos da faculdade, você escolheu o sonho,transformar vidas, ajudar pessoas, você escolheu ser símbolo e escolheu ser valente.
Então por todas essas razões, a única pessoa que te disse obrigada passa a ser na verdade a única que importa.
Porque você vai continuar a ter esperanças, a lutar por um mundo melhor, a levar sonhos para as pessoas e vai buscar a qualquer custo o respeito e a valorizaçãodo dos seres humanos, para você e para os outros.
E você vai continuar seu caminho, porque é guerreiro e acredita que ainda há esperança e vai acreditar sempre, ainda que ninguém mais acredite, porque afinal, você é Professor!!!

Alexandra Alves de Oliveira.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Identidade

Quando é que podemos finalmente encarar a nós mesmos, quando podemos saber que a voz que fala em nós, é a voz do nosso verdadeiro eu?
Somos ensinados a sempre seguir um padrão, a sermos teoricamente normais, mas até isso me soa questionável.
Não posso entender agora, como nunca pude entender antes, o que em nome de Deus, faz com que as pessoas queiram ser iguais.
Somos todos tão distintos, tão cheio de particularidades e tão especiais em nossas diferençãs, somos todos tão imapares e tão singulares em nossos caminhos, não vejo como em algum momento podemos ser totalmente iguais.
Mas infelizmente ainda tentam nos igualar, não como seres humanos, mas como individuos, nos colocam uniformes, nos ditam regras de moda, de etiqueta, de comportamento e de como pensar o seu próprio eu.
Fazem-nos acreditar que não somos suficientemente normais ou estamos fora da moda, que não somos bons o bastante ou bonitos o bastante.
Querem nos ensinar a sermos nó mesmos do jeito que eles nos dissrem pra ser.
Mas algo dentro de mim tem gritado incansalvemente, que não preciso que digam como devo ser, porque já sou alguém, suficientemente bom pra mim mesmo.
Acredito num mundo melhor, se ele for criado por pessoas criativas, livres de padrões e pré- conceitos, donas de suas próprias opniões e livres para escolherem suas próprias diferenças.
Não posso conceber como felcidade ou profissionalismo, o trabalho que aprisiona e te cobre com uma máscara em nome de uma padronização que sufoca a criatividade e o individualismo.
Somos humanos e somente isso nos iguala, porque temos cores diferentes, narizes dfierentes, almas distintas e sonhos diversos, somos todos e cada um feitos a imagem e semelhança de Deus, porém somos mais que isso, somos únicos e incompletos e o que falta em mim talvez haja em você.
E essa é toda beleza que procuro , a beleza da diferença e completude entre aqueles que escolhem estar juntos, não por serem iguais, mas por se completarem.
Esse é o verdadeiro trabalho em equipe, não importa se em uma empresa ou na sua vida pessoal, a valorização das diferenças é o primeiro passo para o entendimento e construção de um relacionamento, profissional ou não.
Alguns mais ingênuos dirão que isso se chama socialização, mas replico que isso se chama manipulação.
Deixe o ser humano ser quem ele quizer e então ele te mostrará quem é de verdade, o que preciamos ensinar são valores, princípios e modos de amar e perdoar, não como devemos nos vestir e pensar o mundo.
Não estão nos socializando, mas nos tornando protótipos de uma irrealidade que nos mantém a sombra do nosso eu, temerosos por julgamentos alheios, escondidos na penumbra de uma falsa ideologia que nos obriga ao silêncio.
Um silêncio opressor, que nos faz acreditar que ser igual é bom, quando ser diferente é natural, quando ser diferente é a verdade, quando ser diferente não é uma obrigação, é apenas o único modo de encontrarmos a nós mesmos.

Alexandra Alves de Oliveira

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Certo ou Errado.

Quando era criança, ouvi repetidas vezes meus pais me dizerem o que era certo e o que era errado, fui aprendendo com eles valores que carrego comigo como verdades inabaláveis.
Sou tão grata a eles por terem me mostrado a verdade sobre tantas coisas, sobre o mundo e sobre a vida.
Hoje consigo ver com clareza, quanta sabedoria trazia as palavras simples da minha mãe, quando me dizia que precisamos nos importar com o outro.
Na vida de adulto todos os dias encaramos desafios e somos colocados a prova o tempo todo. Mas o que nos faz escolher o certo quando uma situação inédita se apresenta, quando algo nunca ensinado nos acontece?
Quando lá no fundo do nosso coração nos perguntamos o que é certo a fazer?
Nesses momentos me lembro de pessoas queridas que são referências na minha vida, da mestra que dizia que o primeiro passo do sucesso é o bom senso, do amigo que dizia com coragem que o combinado não sai caro, do avô querido e tão velhinho que contava histórias para me mostrar que o bem sempre vence no final, da amiga querida que me dizia que o amor tudo vence.
São reflexões que trazem para mais perto de mim as pessoas que passaram pela minha vida e deixaram sua marca, seus ensinamentos.
Com todas elas aprendemos algo, basta observar, basta estar atento, basta estar de coração aberto.
Caminhamos pela vida conhecendo pessoas, enfrentando desafios, aprendendo a amar ou odiar e isso também é escolha nossa.
Como encontrar a resposta certa?
Ao longo do caminho, as pessoas que conheci me deixaram lições preciosas, sem saber foram me ensinando a ser quem sou, acredito que isso e as minhas escolhas me tornaram quem sou, me deram algo valioso e extremamente particular, o caráter.
Penso que todos nós somos formados assim, os ensinamentos dos que amamos e as escolhas que fazemos.
Por essa razão quando ouço alguém dizer " entre o certo e o errado, escolho ser feliz", eu logo penso, não, não está certo, porque mesmo que vivamos em uma época diferente da que viviam nossos pais, o que era certo antes e o que era errado antes, continua sendo agora.
As gerações passam, as vivências mudam, mas os valores humanos, aqueles que te dizem quem você é, aqueles que te fazem se importar com o outro, sentir a dor outro, esses não mudam e sem eles não pode haver felicidade duradoura.
Apenas a ilusão de que por um momento nossas escolhas nos satisfizeram e sinceramente não é o bastante.
Não pra quem busca intensamente a paz de espirito, a felicidade plena, a consciência limpa.
E por tudo isso, acredito do fundo do meu coração, que para definir entre o certo e o errado, precisamos apenas nos perguntar: "A quem a minha decisão afetará?".
Porque todas as vezes em que minha decisão roubar a felicidade de alguém, ela estará errada e não importa o quanto isso me faça feliz no momento, a vida me cobrará por ela.
Sou grata a todas as pessoas que me ensinaram a sempre tentar o melhor, fazer o bem e aprender com meus erros.
Assim sempre terei a certeza de saber que mesmo quando errei, tentava acertar,que "entre o certo e o errado", farei sempre o que acho certo e se errar, aprendo e tento de novo, afinal de contas do momento em que nascemos até o último instante somos todos aprendizes, a diferença essencial está no lado em que você escolhe estar.
Do bem ou do mal, autor de sua própria história ou vítima de suas próprias escolhas!!

Alexandra Alves de Oliveira.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O pato selvagem



Era uma vez um bando de patos selvagens que voava nas alturas. Lá de cima se via muito longe, campos verdes, lagos azuis, montanhas misteriosas e os pores-de-sol eram maravilhosos. Mas voar nas alturas era cansativo. Ao final do dia os patos estavam exaustos. Aconteceu que um dos patos, quando voava nas alturas, olhou para baixo e viu um pequenos sítio, casinha com chaminé, vacas, cavalos, galinhas… e um bando de patos deitados debaixo de um árvore. Como pareciam felizes! Não precisavam trabalhar. Havia milho em abundância. O pato selvagem, cansado, teve inveja deles. Disse adeus aos companheiros, baixou seu vôo e juntou-se aos patos domésticos. Ah! Como era boa a vida, sem precisar fazer força. Ele gostou, fez amizades. O tempo passou. Primavera, verão, outono, inverno… Chegou de novo o tempo da migração dos patos selvagens. E eles passavam grasnando, nas alturas… De repente o pato que fora selvagem começou a sentir uma dor no seu coração, uma saudade daquele mundo selvagem e belo, as coisas que ele via e não via mais: os campos, os lagos, as montanhas, os pores-de-sol. Aqui em baixo a vida era fácil mas os horizontes eram tão curtos! Só se via perto. E a dor foi crescendo no seu peito até que não aguentou mais. Resolveu voltar a juntar-se aos patos selvagens. Abriu suas asas, bateu-as com força, como nos velhos tempos. Ele queria voar! Mas caiu e quase quebrou o pescoço. Estava pesado demais para o vôo. Havia engordado com a boa vida… E assim passou o resto de sua vida, gordo e pesado, olhando para os céus, com nostalgia das alturas…”

Rubem Alves